Petróleo da Venezuela é enviado para a China como brasileiro, diz agência

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A prática foi identificada a partir de dados de rastreamento marítimo.

Uma investigação da agência de notícias Reuters revelou um esquema internacional envolvendo o envio de petróleo da Venezuela à China sob o disfarce de origem brasileira. De acordo com a reportagem publicada nesta semana, empresas do setor petrolífero teriam comercializado mais de US$ 1 bilhão em petróleo venezuelano com documentação brasileira desde julho de 2024.

Foto: Divulgação

A prática foi identificada a partir de dados de rastreamento marítimo, documentos internos de empresas e relatos de operadores do setor. Segundo a apuração, navios-tanque estariam zarpando diretamente da Venezuela para a China com o produto, evitando escalas intermediárias na Malásia, o que reduz o tempo de viagem em até quatro dias e facilita o drible às sanções impostas pelos Estados Unidos e outros países ao regime de Nicolás Maduro.

Para ocultar a real origem do petróleo, embarcações têm adulterado seus sinais de localização, simulando partidas de portos brasileiros. Ainda segundo a Reuters, operadores estariam rotulando o petróleo como betume brasileiro, embora o produto transportado seja o Merey, uma mistura venezuelana de petróleo extra-pesado com leve.

Dados da alfândega chinesa indicam a importação de cerca de 67 mil barris diários de “betume misto” brasileiro entre julho de 2024 e março de 2025. Contudo, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou recentemente que a estatal exporta apenas petróleo bruto do pré-sal à China, não betume.

Autoridades da Venezuela e da China ainda não se manifestaram sobre o caso. A Petrobras também foi procurada, mas ainda não respondeu. Em meio à polêmica, os Estados Unidos reforçaram sua posição: qualquer país que comercializar petróleo venezuelano estará sujeito as tarifas de 25%, conforme anunciou o presidente Donald Trump em março.

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