Árvores amazônicas cresceram em média 3,2% por década, beneficiando absorção de carbono e produção de oxigênio, segundo estudo publicado na Nature Plants.
Um levantamento internacional envolvendo cerca de 100 pesquisadores da América do Sul e do Reino Unido revelou que o tamanho médio das árvores na Amazônia aumentou 3,2% por década, resultado associado aos elevados níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A pesquisa, publicada na revista Nature Plants, baseou-se em três décadas de monitoramento conduzido por cientistas de mais de 60 universidades.

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De acordo com os especialistas, o crescimento foi observado tanto em árvores grandes quanto em menores, uma consequência direta do efeito do CO2 sobre a fotossíntese, que acelera o crescimento e contribui para a absorção de carbono e liberação de oxigênio. Para a professora Beatriz Marimon, da Universidade do Mato Grosso, que coordenou parte da coleta de dados na região sul da Amazônia, os resultados trazem uma perspectiva positiva frente às mudanças climáticas e à fragmentação florestal.
A autora principal do estudo, Adriane Esquivel-Muelbert, da Universidade de Cambridge, reforçou que a pesquisa evidencia a importância das florestas tropicais no enfrentamento do aquecimento global, especialmente antes da realização da COP30, marcada para este ano no Brasil.
O estudo também indica que árvores de grande porte dominam recursos no ecossistema, tornando essencial a preservação da conectividade florestal para a saúde das espécies e a dispersão de sementes. Oliver Phillips, da Universidade de Leeds, alertou que o desmatamento representa um risco crítico, capaz de anular os benefícios observados caso não haja proteção adequada da Amazônia.

