Felino retornou ao local do ataque, destruiu a peixaria onde a vítima trabalhava e revirou lona usada para transportar o corpo
A onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no Pantanal de Aquidauana–MG, retornou ao local do crime na madrugada desta quarta-feira (23). O felino invadiu novamente a residência onde Jorge vivia e revirou o espaço onde estava guardada a lona utilizada para transportar o corpo da vítima.

Foto: Reprodução
Imagens divulgadas pelo cunhado de Jorge mostram a destruição provocada pelo animal. “Olha o que a onça fez essa noite aqui”, relata o homem, enquanto grava a área invadida. Nas imagens é possível ver a tela rasgada e a pia da peixaria, onde Jorge trabalhava, completamente derrubada. “Era o lugarzinho que ele ficava”, lamenta o parente.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, a lona que envolveu os restos mortais do caseiro após o resgate em uma área de mata fechada ainda estava no local. Testemunhas acreditam que o animal tenha retornado em busca do “rastro da caça”. “Ela foi atrás da ‘caça’, não se contentou com a retirada do Jorge do local”, comentou um morador.
Equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA), com o apoio de um pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), voltaram à região nesta quarta-feira com o objetivo de localizar e capturar a onça. A operação acontece às margens do Rio Aquidauana, na mesma área onde ocorreu o ataque. A ideia é transferir o animal para Campo Grande, onde ele deverá passar por avaliação e procedimentos específicos.
Ataque brutal
Conhecido como “Jorginho”, o caseiro foi atacado enquanto coletava mel próximo a um deck em meio à mata. Ele trabalhava como cuidador de um pesqueiro particular na região. O ataque foi repentino e, segundo pescadores e moradores locais, não deu tempo de reação.
Um conhecido de Jorge, que havia ido até o local para conversar com ele, encontrou apenas marcas de sangue e rastros deixados pela onça. “Só sangue. A onça comeu o caseiro”, descreveu, chocado com a cena.
O caso reacende o alerta para os riscos de convivência entre humanos e animais silvestres no bioma pantaneiro, especialmente em áreas de difícil acesso e pouca vigilância. Autoridades reforçam a importância de cautela e do manejo adequado da fauna local.