O primeiro prevê a criação de uma plataforma de fiscalização remota baseada em inteligência geoespacial.
O governo federal anunciou a liberação de R$ 825,7 milhões para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O recurso, proveniente do Fundo Amazônia, será destinado ao FortFisc (Fortalecimento da Fiscalização Ambiental para o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia), considerado o maior financiamento já recebido pelo órgão.

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Com duração prevista de cinco anos, o FortFisc integra o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal e está estruturado em cinco eixos principais. O primeiro prevê a criação de uma plataforma de fiscalização remota baseada em inteligência geoespacial, permitindo a identificação de infrações ambientais, inclusive em terras indígenas e unidades de conservação.
Outro foco é a modernização dos sistemas informatizados do Ibama, acelerando a responsabilização de infratores e aprimorando ferramentas de controle da cadeia do mercúrio e emissão de certidões ambientais, o que promete mais agilidade e transparência nos processos.
O plano também contempla a ampliação da infraestrutura operacional, com aquisição de novos equipamentos, construção de bases fixas e móveis, além de sistemas de comunicação e depósitos para armazenar bens apreendidos. Inclui ainda a construção da nova sede da Escola do Meio Ambiente do Ibama, voltada à capacitação contínua dos servidores.
O fortalecimento da atuação aérea é outro ponto estratégico, com a compra de aeronaves de médio porte, drones e a instalação de bases aéreas em pontos estratégicos da Amazônia. A medida visa intensificar o combate ao desmatamento, ao garimpo ilegal, aos incêndios florestais e a outras emergências ambientais.
Por fim, o eixo de gestão e governança garantirá equipes técnicas especializadas na execução do FortFisc, com realização de capacitações e eventos técnico-científicos para assegurar a efetividade do projeto ao longo dos cinco anos.
Segundo o diretor de Fiscalização Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, estima-se que o número de processos administrativos por infrações à flora alcance 3.695 em 2025, frente aos 3.387 registrados em 2024.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, destacou que o aporte financeiro ampliará a capacidade operacional do órgão, contribuindo para a meta de zerar o desmatamento até 2030.
O FortFisc é financiado pelo Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Desde sua criação, o fundo já destinou cerca de R$ 3,3 bilhões a 128 projetos voltados ao combate ao desmatamento, à conservação florestal e ao uso sustentável dos recursos naturais na Amazônia Legal, beneficiando cerca de 200 mil pessoas e 500 organizações comunitárias.