Análise da UEA revela que espécies consumidas por ribeirinhos apresentam níveis de contaminação ligados à atividade garimpeira.
Pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) identificaram a presença de mercúrio em peixes da bacia do Rio Madeira, consumidos por comunidades ribeirinhas. O estudo foi conduzido pelo Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT/UEA) durante a expedição “Iriru 3”, que integra o Programa de Monitoramento da Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM).

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Entre as espécies analisadas estão jaraqui, pacu, matrinxã, traíra e sardinha. Segundo a engenheira ambiental Silvana Silva, responsável pelas análises, a contaminação está diretamente associada à atividade de garimpo ilegal, que utiliza mercúrio para separar o ouro. Além de comprometer a qualidade da água, a prática aumenta o assoreamento e afeta diretamente a cadeia alimentar da região.

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A expedição percorreu mais de 1.700 quilômetros do Rio Madeira, avaliando 164 parâmetros ambientais em 54 pontos diferentes, incluindo água, peixes e sedimentos. Parte das amostras seguirá para novos estudos nos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA).
As análises específicas de mercúrio e metilmercúrio serão enviadas ao laboratório da Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences, em Boston (EUA), parceiro internacional da pesquisa.