Dois homens e uma mulher foram diagnosticados com a doença transmitida por mosquitos na região da tríplice fronteira
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou, nesta terça-feira (26), os primeiros registros de encefalite equina venezuelana em Tabatinga, município localizado a 1.108 quilômetros de Manaus, no Alto Solimões. Dois homens e uma mulher receberam o diagnóstico da doença, que pode afetar tanto humanos quanto equinos e é transmitida por mosquitos.

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A detecção foi realizada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da tecnologia de PCR em tempo real, desenvolvida pela própria Fiocruz, e posteriormente confirmada por sequenciamento genético. A descoberta foi divulgada pela equipe do estudo FrontFever para a comunidade científica neste mês.
Segundo o virologista Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz, os achados mostram que o vírus pode ser uma causa subdiagnosticada de doenças febris agudas na Amazônia brasileira.
A encefalite equina venezuelana é causada por um alphavirus que provoca inflamação no cérebro. Em casos graves, pode deixar sequelas motoras, cognitivas, comportamentais e emocionais. No entanto, a maior parte das infecções se apresenta como febre sem complicações graves.
A região de Tabatinga, que faz fronteira com Colômbia e Peru, permanece sob monitoramento das autoridades de saúde para prevenir novos casos e ampliar a vigilância epidemiológica.