Igreja Católica tem de 15 a 20 dias para organizar o conclave
Após o falecimento do Papa Francisco na manhã desta segunda-feira (21), a Igreja Católica dará início ao processo de escolha de seu novo líder e um nome local tem chamado atenção: Leonardo Ulrich Steiner, o arcebispo de Manaus, poderá se tornar o primeiro Papa brasileiro.

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Mas para isso se concretizar, Leonardo Steiner terá que vencer uma votação interna, por meio de um processo conhecido como Conclave, que reúne todos os cardeais com menos de 80 anos no Vaticano após a morte do pontífice. Esses cardeais, vindos de diversas partes do mundo, se isolam na Capela Sistina e participam de votações secretas até que um deles alcance a maioria de dois terços dos votos. O processo é marcado por orações, discussões discretas sobre os rumos da Igreja e reflexões sobre os desafios contemporâneos. Quando um cardeal é escolhido, ele é convidado a aceitar o cargo e, se assim o fizer, escolhe um nome papal antes de ser apresentado ao mundo pelo famoso anúncio “Habemus Papam”.
No cenário brasileiro, alguns nomes têm chamado atenção como possíveis candidatos ao papado, entre eles Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador. Mas um nome que vem ganhando relevância nos últimos anos é o de Dom Leonardo Ulrich Steiner, atual arcebispo de Manaus e primeiro cardeal da região amazônica, nomeado pelo próprio Papa Francisco em 2022.
Com forte atuação na defesa dos povos indígenas e da floresta, Steiner representa uma Igreja comprometida com causas ambientais, sociais e com uma pastoral próxima dos mais vulneráveis. Sua presença no Colégio Cardinalício traz à tona uma nova perspectiva para a Igreja, mais conectada à realidade do sul global e aos clamores da Terra. Caso o próximo Conclave opte por continuar a linha iniciada por Francisco — de uma Igreja mais simples, sinodal e voltada à periferia —, o nome de Steiner pode surgir com força, como símbolo de uma fé enraizada na Amazônia e aberta ao mundo.
Mais tarde – às 09h desta segunda-feira (21), uma coletiva de imprensa será realizada na Arquidiocese de Manaus, onde o assunto será tratado.
Sobre o Arcebispo de Manaus
Leonardo Ulrich Steiner é um cardeal brasileiro da Igreja Católica, nascido em 6 de novembro de 1950, em Forquilhinha, Santa Catarina. Membro da Ordem dos Frades Menores (franciscanos) desde 1976, foi ordenado sacerdote em 1978 por seu primo, o cardeal Paulo Evaristo Arns.
Com formação acadêmica sólida, Steiner obteve licenciatura e doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. Atuou como formador, mestre de noviços e professor em diversas instituições franciscanas no Brasil. Em 2005, foi nomeado bispo de São Félix do Araguaia (MT) e, posteriormente, serviu como bispo auxiliar de Brasília de 2011 a 2019.

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Desde 2020, é arcebispo metropolitano de Manaus, capital do Amazonas. Em 27 de agosto de 2022, foi elevado ao cardinalato pelo Papa Francisco, tornando-se o primeiro cardeal da região amazônica.
Reconhecido por seu compromisso com causas sociais e ambientais, o cardeal Steiner defende os direitos dos povos indígenas e a preservação da Amazônia. Ele também apoia discussões sobre o diaconato feminino e a inclusão de pessoas LGBTQIA+ na Igreja.
Atualmente, Steiner é uma das principais vozes da Igreja Católica na Amazônia, promovendo uma abordagem pastoral voltada para a justiça social, o diálogo intercultural e a ecologia integral.