Provisoriamente nomeado de A11pl3Z, novo hóspede vindo de muito longe pode se tornar o terceiro visitante interestelar
Um objeto misterioso com trajetória incomum foi identificado nesta terça-feira (1º/7). Provisoriamente nomeado de A11pl3Z, está na órbita do Sistema Solar, e ao que tudo indica, também veio de muito longe. Ele pode ser considerado o terceiro visitante interestelar já registrado.

Foto: Divulgação
Na comunidade científica, existem outros dois corpos celestes famosos detectados por astrônomos. O excêntrico Oumuama, de 2017, e o cometa Borisov, de 2019. Mas há algo que diferencia A11pl3Z dos outros: órbita é muito mais extrema. Ela apresenta uma excentricidade superior a 6, ou seja, é tão alongada que há grandes chances de se tratar de um corpo que passou pelo nosso sistema solar apenas uma vez, ao contrário dos objetos que giram em torno do Sol.
Para efeito de comparação, Oumuamua tinha excentricidade de 1,2, e Borisov também pouco acima de 1.
As órbitas são medidas por sua excentricidade — que mede o quão alongado é o caminho de um corpo ao redor do Sol —, podendo ser perfeitamente circulares ou extremamente alongadas. Uma excentricidade maior que 1 significa que o objeto é um visitante único do Sistema Solar que não retornará, e as menores que 1 podem ser lançadas para fora do universo por encontros com planetas gigantes.
Interstellar object candidate #A11pl3Z from Deep Random Survey, Chile (obs code X09). No obvious tail, will have to do a stack to see if there’s anything…
Date is 2025 Jul 2 00:52:39 UTC.
— astrafoxen (@astrafoxen.bsky.social) 1 de julho de 2025 às 21:30
A descoberta foi feita pelo ATLAS Sky Survey e anunciada por um estudante de astronomia que usa o pseudônimo ‘astrafoxen’, nas redes sociais. Apesar da origem misteriosa, o objeto não oferece nenhum risco para a Terra, sua passagem mais próxima será a cerca de 50 milhões de quilômetros da nossa órbita, o que é mais de 100 vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Observatórios ao redor do mundo foram em busca de imagens do objeto para rastrear seu caminho no céu e conseguiram registros datados de junho.
No momento, ele está próximo da esfera de Júpiter, mas do lado oposto ao Sol. Ele deverá se aproximar do Sistema Solar até outubro deste ano, ganhando brilho à medida que se aquece, assim permitindo observações mais detalhadas nos próximos meses. Caso seja um cometa, poderá ficar visível por telescópios amadores, embora, o melhor momento da aproximação ocorrerá quando a Terra estiver mal posicionada para observá-lo.