Ato em frente ao Hospital Santa Júlia pede responsabilização após morte de criança por dosagem incorreta de medicamento
Os pais do pequeno Benício Xavier de Freitas, de seis anos, realizaram uma manifestação na manhã deste sábado (13), em frente ao Hospital Santa Júlia, localizado no Boulevard Álvaro Maia, em Manaus. O ato teve como objetivo cobrar justiça e manter em evidência o caso da criança, que morreu após receber uma dosagem incorreta de adrenalina durante atendimento médico no dia 23 de novembro.

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Joyce e Bruno Freitas, pais de Benício, afirmaram que a mobilização busca evitar que o caso caia no esquecimento e reforçar o pedido de responsabilização dos envolvidos. Segundo Bruno, o protesto representa a luta da família para que o ocorrido não se repita. “Queremos que o fogo não se apague. Que o nosso grito nunca se cale em prol do nome do Benício. O que aconteceu com nosso filho foi muito grave”, declarou.
Durante a manifestação, a família voltou a defender a prisão da médica Juliana Brasil, responsável pela prescrição do medicamento. Joyce Freitas afirmou que a derrubada do habeas corpus que impedia a prisão preventiva da profissional renovou a esperança por justiça. “A gente ganha um pouco de ânimo e aguarda que a justiça seja feita. O que aconteceu com nosso filho não pode se repetir com nenhuma outra criança”, disse.

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Os pais também defendem que a morte de Benício se torne um marco para mudanças nos protocolos médicos e para uma postura mais ativa das famílias durante atendimentos hospitalares. “Queremos que o Benício seja um marco, para que outras famílias questionem quando algo não estiver certo”, afirmou Bruno Freitas.
Em resposta ao caso, tramita na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) o projeto de lei que institui o Protocolo de Segurança Obrigatório Benício Xavier, de autoria da deputada Débora Menezes (PL). A proposta prevê regras mais rigorosas para a administração de medicamentos em unidades de saúde públicas e privadas do estado.
O protesto também contou com a participação da família de Pedro Henrique, de um ano e três meses, que morreu em novembro após um erro médico durante uma cirurgia no município de Presidente Figueiredo. “Viemos nos solidarizar. Perdemos nosso filho em um procedimento simples e também lutamos por justiça”, afirmou o pai da criança, o enfermeiro Mesaque Soares.
Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que recebeu a manifestação com respeito e solidariedade à família. A unidade afirmou estar consternada com a morte da criança e destacou que tem colaborado integralmente com as autoridades, disponibilizando prontuários, documentos e equipes para as investigações. O hospital reforçou ainda o compromisso com a transparência, a ética e o cuidado humano, ressaltando a importância de serenidade para que o processo investigativo ocorra de forma técnica e imparcial.

