Wolney Queiroz, no entanto, ponderou temer que a CPMI atrapalhe as investigações
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, disse, nesta quinta-feira (15), ser “pessoalmente” a favor da instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) destinada a apurar as fraudes em desvios de pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). A declaração ocorreu durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle do Senado após questionamento do líder da oposição na Casa, senador Rogério Marinho (PL-RN).

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Em resposta, Wolney disse acreditar que a “sociedade merece essa resposta por parte do Parlamento”. No entanto, destacou ter “medo” de que a comissão “atrapalhe” investigações que, atualmente, são conduzidas pela PF (Polícia Federal). Queiroz também defendeu que a prioridade, no momento, deve se voltar ao reembolso a aposentados e pensionistas.
“Imagino que qualquer que sejam os dados buscados pela CPI, eles serão encontrados na AGU (Advocacia-Geral da União) e CGU (Controladoria-Geral da União). Os dados serão encontrados nessa fonte de dados em atividade”, disse Wolney. “Minha preocupação é que possa ter uma demora maior [na restituição, em razão da CPI]”, apontou.
De outro lado, governistas questionaram a efetividade de uma investigação parlamentar, mas mudaram o tom e passaram a defender a participação de partidos da base do Planalto.
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), sustentou que o partido participará da CPMI, se for instalada no Congresso, e que a intenção é voltada a apurar uma linha do tempo do início das ações.
“Na condição de líder do PT, nós vamos defender que o partido participe dessa CPI, mas não uma CPI para avaliar e fazer disputa de palanque eleitoral, mas para investigar e apurar responsáveis e botar na cadeia aqueles que roubaram os aposentados e pensionistas do INSS. Essa é a nossa finalidade”, disse.
O tema de investigação foi inicialmente levado à CPI por senadores de oposição, que questionaram a falta de apoio de governistas em assinar pelo pedido de abertura. Paralelamente, um grupo de senadores e deputados articulam a abertura de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que envolve Senado e Câmara juntos no mesmo colegiado.