Greve nacional mobilizou milhares em apoio às famílias dos reféns; polícia prendeu 38 manifestantes durante bloqueios de rodovias
Milhares de israelenses foram às ruas neste domingo (17) em uma greve nacional para exigir do governo um acordo com o Hamas que ponha fim à guerra em Gaza e garanta a libertação dos reféns ainda mantidos no enclave. Os protestos, realizados em diversas cidades do país, reuniram familiares de sequestrados, militantes pela paz e figuras públicas, entre elas a atriz Gal Gadot.

Foto: Divulgação
Manifestantes carregaram bandeiras de Israel, fotos dos reféns e entoaram cânticos ao som de buzinas, apitos e tambores. Diversos grupos bloquearam ruas e rodovias, incluindo a principal ligação entre Jerusalém e Tel Aviv. A polícia informou que 38 pessoas foram detidas após confrontos durante as interdições.
“Hoje, tudo para lembrar o valor mais alto: a santidade da vida”, declarou Anat Angrest, mãe do refém Matan Angrest, em discurso durante um ato em Tel Aviv. Apesar da greve, grande parte do comércio permaneceu aberto, já que o domingo é dia útil em Israel.
As manifestações foram brevemente interrompidas por sirenes de ataque aéreo, acionadas após o disparo de um míssil do Iêmen em direção a Israel. O projétil foi interceptado sem causar incidentes.
Em reunião de gabinete, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou as pressões e afirmou que encerrar a guerra sem derrotar o Hamas “apenas reforçaria a posição do grupo e atrasaria a libertação dos reféns”. O premiê reiterou a intenção de ampliar a ofensiva militar para tomar a Cidade de Gaza, decisão que preocupa as famílias dos sequestrados pela possibilidade de colocar suas vidas em risco.
Atualmente, cerca de 50 reféns permanecem em Gaza, dos quais o governo israelense acredita que apenas 20 estejam vivos. Desde o início da ofensiva militar, mais de 61 mil palestinos foram mortos, segundo autoridades de saúde locais. O ataque inicial do Hamas, em 7 de outubro de 2023, deixou 1,2 mil mortos em Israel e resultou no sequestro de 251 pessoas. Desde então, mais de 400 soldados israelenses perderam a vida nos combates.

