Grupo de empresas promete replicar couro de dinossauro para acessórios

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Ideia é usar a pele de um tiranossauro no mundo da moda, mas cientistas estão céticos quanto ao sucesso do projeto

Uma parceria entre três empresas promete criar couro sintético de dinossauro em laboratório. A finalidade é usar o material na produção de acessórios de luxo, como bolsas.

Foto: Divulgação

O grupo vai usar uma proteína encontrada em um fóssil de tiranossauro de cerca de 80 milhões de anos como inspiração. Os pesquisadores teriam conseguido sintetizar um material de última geração que apresenta a durabilidade e a capacidade de reparo da pele do dinossauro Tyrannosaurus rex, ou T.rex, a espécie que ganhou projeção com o filme Jurassic Park.

Usando a estrutura da proteína de colágeno mencionada como guia, os pesquisadores projetaram um gene sintético (DNA) para ser inserido nas células e o utilizaram para cultivar artificialmente uma “estrutura semelhante à pele” que formaria a camada intermediária do couro.

Em vez de recriar a pele do T.rex com base em seu DNA, as empresas se concentraram na criação de um “novo material biotecnológico inspirado em estruturas proteicas derivadas de dinossauros”.

Segundo as empresas, o método de desenvolvimento de couro artificial permite a produção de um material o mais próximo possível do couro natural em aparência e textura, sem o uso de aditivos químicos ou materiais artificiais.

O couro de T.rex cultivado em laboratório não requer gado nem produtos químicos e é produzido em um ambiente totalmente controlado, o que o torna mais sustentável, ainda segundo o grupo responsável pela criação.

Esse material que sair do laboratório será usado na produção de “acessórios, com a ambição de produzir um item de moda de luxo como principal produto comercial até o final de 2025”, diz o grupo.

Caso tenha sucesso, a ideia é expandir para outros setores, como o automotivo.

O que dizem os cientistas

O anúncio causou desconfiança entre cientistas e especialistas em dinossauros.

Tom Ellis, professor de engenharia sintética de genoma da Universidade Imperial de Londres, disse à rede de TV americana NBC que “recriar o couro de dinossauro é uma premissa muito improvável”.

“Duvido que nosso conhecimento da evolução dos dinossauros seja bom o suficiente para podermos desenvolver um gene de colágeno específico do T.rex”, afirmou.

Segundo Ellis, as propriedades de qualquer colágeno resultante do projeto provavelmente serão semelhantes às de uma vaca ou de uma galinha. Ao final, todos os produtos resultantes terão a aparência e o toque de qualquer outro couro alternativo.

Para especialistas ouvidos pela Live Science, a produção de couro de T.rex de verdade exigiria DNA do predador extinto, o que não existe hoje. Além disso, paleontólogos só encontraram colágeno de T.rex em ossos, não em pele, e a pele é a base do couro.

“O que esta empresa está fazendo parece ser fantasia”, disse Thomas Holtz Jr., paleontólogo de vertebrados da Universidade de Maryland, à Live Science.

A iniciativa é fruto da união da agência criativa VML com a startup de engenharia genômica The Organoid Company e a empresa de biotecnologia Lab-Grown Leather Ltd.

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