Mahmoud Abu Hamda compartilha imagens de civis em situação extrema e denuncia uso da fome como arma no conflito
O fotógrafo e cinegrafista Mahmoud Abu Hamda tem usado as redes sociais para mostrar o cotidiano de destruição e escassez enfrentado por civis na Faixa de Gaza, em meio ao conflito entre Israel e o grupo Hamas. Em suas publicações, ele destaca a fome como uma das consequências mais graves da guerra.

Foto: Divulgação
Nas imagens, é possível ver prédios destruídos, longas filas por comida e pessoas visivelmente desnutridas. “A maioria das pessoas em Gaza agora dependem das cozinhas de sopa como a sua principal fonte de comida, recebendo apenas uma refeição que não é suficiente para sustentar uma família inteira durante 24 horas. Onde está a humanidade?”, questionou Hamda em uma postagem.
O fotógrafo afirma que os bloqueios de suprimentos, o ataque a padarias e armazéns, e a superlotação de centros de distribuição transformaram a alimentação em um desafio diário. “A fome se transformou em uma ferramenta de punição coletiva”, disse.

Foto: Mahmoud Abu Hamda
Agências internacionais como BBC, Reuters, AFP e Associated Press alertaram em comunicado conjunto que seus jornalistas correm risco de morrer de fome se não houver liberação de alimentos em Gaza. O acesso de jornalistas estrangeiros ao território está restrito.
Duas organizações israelenses de direitos humanos — B’Tselem e Physicians for Human Rights (PHR) — também se pronunciaram na segunda-feira (28), acusando o governo de Israel de cometer genocídio contra os palestinos. Elas cobraram uma resposta dos aliados ocidentais, com base em obrigações legais e morais.

Foto: Mahmoud Abu Hamda
O governo de Israel nega as acusações e afirma que está conduzindo uma guerra defensiva, em conformidade com o direito internacional. Declarações oficiais classificam as denúncias de genocídio como antissemitas.

Foto: Mahmoud Abu Hamda
Guy Shalev, diretor da PHR, disse que o relatório da entidade identifica ao menos três atos considerados genocidas segundo o direito internacional. “Como neto de um sobrevivente do Holocausto, é muito doloroso para mim chegar a esta conclusão”, afirmou.