Condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto por uma acusação de estupro, o ex-BBB Felipe Prior recorreu da decisão para tentar se livrar da cadeia, mas acabou tendo sua pena estendida. Nesta terça-feira (10), o Tribunal de Justiça de São Paulo não apenas manteve a condenação como ainda aumentou a sentença para oito anos.
Segundo o G1, a decisão em segunda instância foi unânime. Participaram do julgamento os desembargadores Luiz Tolosa Neto (relator do caso), Ruy Alberto Leme Cavalheiro (revisor) e Márcia Lourenço Monassi.
A acusação foi feita por uma vítima identificada apenas como Themis, que relatou ter sido estuprada por Prior em 2014. Na época, tanto ela quanto o ex-BBB estavam na faculdade, e acabaram se aproximando por um esquema de caronas pagas, já que moravam em regiões próximas.
O abuso teria ocorrido após uma festa, na qual a moça alegou ter bebido por ter terminado um namoro recentemente. Ao encontrar Themis no evento, o então estudante teria se oferecido para levá-la em casa. No trajeto, segundo ela, teria acontecido a violência sexual.
“Quando a gente estava indo sentido à minha casa, ele parou o carro no meio da rua, desafivelou meu cinto, começou a me beijar. E aí ele foi pro banco de trás e me puxou, começou a tirar a minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo”, narrou ela ao Fantástico em julho do ano passado.
“Eu falei: ‘Felipe, eu não quero, não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente, e ele começou a puxar meu cabelo. Começou a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito… Ele começou a falar pra eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era a hora de falar ‘não’. E começou a forçar a penetração”, relatou.
“Quantas vezes eu preciso falar ‘não’ pra pessoa entender que ela está me machucando? Que ela está me violentando? E ele é muito mais forte do que eu. Então não tinha como sair dessa situação. Foi bem doloroso, eu gritei, começou a sair muito sangue”, continuou Themis à reportagem.
O sangue acabou forçando o ex-BBB a travar, de acordo com ela. “Foi o susto que ele teve que levar para parar a situação. Porque fez uma poça de sangue no carro dele, nele. Ele perguntou se eu queria ir pro hospital, eu falei que não, que eu só queria ir pra minha casa”.
Outro lado
Em nota compartilhada nas redes sociais na época da reportagem, Felipe Prior alegou inocência. “Através do presente comunicado, com pesar, mas profundo respeito, a defesa de Felipe Antoniazzi Prior recebeu informações pelos meios de comunicação da sentença de procedência da ação penal. A qual inclusive sequer foi publicada e se encontra em segredo de Justiça”.
A sentença será objeto de apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante a instrução processual.
“Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, à luz da presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII do artigo 5º da Constituição Federal brasileira, que preconiza que ‘ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória’, para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país”.