Dnit anuncia substituição emergencial de ponte na Transamazônica

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Ponte na BR-230 será interditada depois de denúncia da expedição do deputado Amom Mandel

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) anunciou nesta quarta-feira (12), que vai interditar totalmente uma das pontes da BR-230 (Transamazônica), no trecho entre Humaitá e Lábrea, nos dias 14 e 18 de março de 2025, nas proximidades do KM 740,10 (Estaca 345), a aproximadamente 13 km da balsa do Rio Mucuim, no sentido do município de Lábrea. Nesses dois dias, os veículos e pedestres estarão proibidos de atravessar a estrutura para a instalação emergencial de uma nova ponte.

Foto: Divulgação

A interdição ocorre três dias após constatação feita pelo deputado federal Amom Mandel durante a expedição documental de Brasília a Manaus.

Veja trecho do comunicado do Dnit à população:

“A interdição se faz necessária para a implantação de uma Ponte Emergencial, medida essencial para garantir a segurança e evitar transtornos futuros para os moradores e usuários da rodovia. Durante esse período, não será permitido o tráfego de veículos e pedestres no trecho mencionado.”

Da Expedição à Interdição: O Que Foi Constatado

A equipe da expedição percorreu mais de 4.500 km entre Brasília e Manaus (incluindo uma parada em Lábrea) e testemunhou o abandono completo das rodovias federais, com trechos degradados, falta de fiscalização e a ausência de manutenção básica. Na ponte da BR-230, a situação era crítica: tábuas soltas, sem proteção lateral e deterioração avançada da estrutura. Um perigo iminente para motoristas e passageiros.

“O que vimos aqui não é um caso isolado, mas um reflexo do abandono das rodovias federais na Amazônia. Esta ponte estava prestes a se tornar uma tragédia anunciada. Se não tivéssemos percorrido este trajeto e mostrado a realidade, quanto tempo mais levaria para que essa interdição fosse decretada?”, questionou Amom Mandel.

A Falta de Estado na Amazônia: Um Problema Sistêmico

A precariedade da ponte da BR-230 não foi o único alerta da expedição. Ao longo de todo o trajeto, a equipe documentou a ausência de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a pior condição da BR-319 em décadas e a expansão descontrolada do desmatamento ao longo da rodovia, sem qualquer intervenção por parte do governo federal.

A denúncia reforça um problema estrutural: as rodovias que deveriam integrar a Amazônia ao restante do país são, na verdade, símbolos do abandono e da negligência estatal.

Próximos Passos: Relatório e Documentário

Com base no que foi observado e documentado, a equipe da expedição está preparando um relatório técnico detalhado, que será encaminhado aos órgãos responsáveis, cobrando providências para a recuperação das rodovias federais da Amazônia.

Além disso, as imagens captadas durante o trajeto darão origem a um documentário que mostrará os desafios, a resiliência da população e os riscos enfrentados por quem depende dessas estradas todos os dias.

“A interdição da ponte é um primeiro passo, mas não podemos parar por aqui. A Amazônia não pode continuar refém do descaso. Esta expedição mostrou que precisamos de um plano sério de infraestrutura, que inclua manutenção, fiscalização e respeito pelas comunidades que vivem nessas regiões”, finalizou Amom Mandel.

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