Dia mundial de combate ao câncer: avanços no tratamento trazem esperança

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Colo de útero, próstata e mama lideram o ranking de tumores mais incidentes entre os amazonenses

O 4 de fevereiro é marcado como o Dia Mundial de Combate ao Câncer, uma data importante para a reflexão sobre os avanços no combate a essa doença que, ainda hoje, representa um dos maiores desafios à saúde mundial. Contudo, nos últimos anos, a medicina tem dado passos significativos contra a enfermidade, com novos tratamentos e abordagens que trazem mais esperança aos pacientes.

Foto: Divulgação

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil são esperados mais de 700 mil novos diagnósticos em 2025. Só no Estado do Amazonas, o INCA prevê mais de 5.400 mil casos este ano. Entre os mais comuns na região, o câncer de colo de útero fica na liderança. No topo do ranking de incidência aparecem ainda os tumores de próstata, mama e pele não-melanoma.

Avanços no tratamento

De acordo com a oncologista da Oncoclínicas Manaus, Aline Hada, terapias inovadoras, como a imunoterapia, a terapia-alvo e os anticorpos conjugados, têm mostrado resultados promissores, oferecendo, por exemplo, alternativas para pacientes com tumores resistentes às condutas convencionais. “A imunoterapia, que potencializa o sistema imunológico para combater as células cancerígenas, tem sido eficaz no tratamento de diversos cânceres como o de pulmão, melanoma, mama, rins, bexiga, cabeça e pescoço e gastrointestinais. Além disso, a medicina personalizada, que utiliza informações genéticas para criar tratamentos individualizados, vem ganhando destaque”, afirma.

Outro importante destaque são os avanços na área de biologia molecular que têm levado ao desenvolvimento de novas terapias, possibilitando identificar biomarcadores associados a diferentes tipos de câncer.

“Isso nos ajuda a compreender melhor a biologia do tumor e contribuir para um diagnóstico e tratamento mais preciso. Nós agora conseguimos detectar mutações específicas que podem ser alvo de medicamentos direcionados, aumentando as chances de sucesso no tratamento e minimizando efeitos colaterais”, destaca a médica. Os avanços na área da oncogenética também têm revolucionado a maneira como o câncer é tratado e contribuído para uma melhor compreensão da predisposição hereditária à doença, possibilitando um rastreamento mais eficaz e intervenções preventivas em pacientes com maior risco de desenvolver a neoplasia.

Os tipos de câncer mais comuns no Amazonas

De acordo com o INCA, os tumores mais diagnosticados em todo o Brasil são também predominantes no Amazonas. No entanto, características regionais, como os hábitos de vida podem influenciar na prevalência de certos tipos de neoplasias. Entre os mais comuns no Estado, destacam-se:

Câncer de pele não melanoma: A exposição excessiva ao sol sem a devida proteção é o principal fator de risco. Por isso, é fundamental que a população adote medidas de prevenção, como o uso de filtro solar, chapéus e roupas adequadas para preservar a pele da radiação ultravioleta. O diagnóstico precoce desse tipo de tumor, que pode ser tratado de forma simples e eficaz, é crucial.

Câncer de mama: A detecção precoce por meio da mamografia, especialmente para mulheres a partir dos 40 anos é uma medida extremamente importante. A realização de exames regulares e o acompanhamento médico ajudam a identificar a doença em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores. Além disso, a conscientização sobre fatores de risco, como histórico familiar e hábitos de vida, deve ser parte da rotina de cuidados com a saúde feminina.

Câncer de próstata: É o mais comum entre os homens no Amazonas. A recomendação para homens com mais de 50 anos é realizar exames periódicos, como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal. O diagnóstico precoce desse tumor, frequentemente assintomático nos estágios iniciais, é fundamental para o sucesso do tratamento. Infelizmente, muitos homens ainda evitam a realização destes testes por medo ou desconhecimento, o que pode comprometer a detecção da doença em fases iniciais e, por consequência, possibilitar maiores chances de cura.

Câncer de colo de útero: É o tipo de tumor mais incidente no Estado. Embora sua incidência tenha diminuído nos últimos anos, devido à vacinação contra o HPV e à realização de exames preventivos como o Papanicolau, o câncer de colo de útero ainda é um problema de saúde pública no Amazonas. Mulheres que mantêm hábitos de vida saudáveis e fazem rastreamento têm muito mais chances de detectar alterações precoces. Vale ressaltar a importância da vacinação contra o HPV, que previne até 90% dos casos, e o uso de preservativo durante a relação sexual.

Câncer colorretal: O tumor que afeta o cólon e o reto, é uma preocupação crescente, especialmente entre pessoas com mais de 45 anos. A sua prevenção está ligada a uma alimentação saudável, rica em fibras, e à prática regular de exercícios físicos. Exames como a colonoscopia são essenciais para detectar lesões precoces e prevenir o desenvolvimento da enfermidade.

A importância da prevenção e conscientização

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 30% dos casos podem ser evitados por meio de mudanças no estilo de vida. Aline Hada reforça que a prevenção começa por observar e reavaliar os hábitos e comportamentos diários.

“Alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, são atitudes que podem diminuir o risco de diversos tipos de câncer. Além disso, a realização de exames preventivos regulares, como mamografias, PSA, toque retal, colonoscopia e avaliação dermatológica, pode garantir a detecção precoce”, alerta.

Além das ações individuais, a conscientização sobre a enfermidade é fundamental. “Campanhas de prevenção e rastreamento ajudam a disseminar o conhecimento necessário para que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre sua saúde. É essencial, também, desmistificar o câncer. Muitas pessoas evitam procurar ajuda médica por medo do diagnóstico. Prevenir é, sem dúvida, uma das chaves para combater à doença”, finaliza a oncologista da Oncoclínicas Manaus.

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