Decisão ainda depende de análise do STF; ele é apontado como figura central em esquema de descontos indevidos no INSS
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (25/9), um requerimento de prisão preventiva contra o advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, dono de um dos maiores escritórios de advocacia do país. A medida foi proposta pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que apontou “veementes indícios de materialidade e autoria” no caso que investiga os descontos irregulares em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Foto: Divulgação
Segundo o parlamentar, a liberdade de Wilians poderia “comprometer a ordem pública, ameaçar a instrução criminal e colocar em risco a aplicação da lei penal, considerando o poder econômico e político que detém”. A Polícia Federal já havia se manifestado favoravelmente à prisão, mas o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou anteriormente o pedido. Agora, caberá novamente ao STF avaliar a decisão da CPMI.
Conhecido por ostentar bens de luxo, como jatos particulares, mansões e carros importados, Nelson Wilians é considerado pela comissão peça-chave em um suposto esquema envolvendo o empresário Maurício Camisotti. Investigações apontam que o escritório do advogado teria realizado repasses milionários ao cliente, tanto em nome pessoal quanto por meio da banca.
Outro episódio citado pela CPMI envolve a compra de uma mansão de R$ 22 milhões no Jardim Europa, em São Paulo, adquirida por Camisotti em 2020. O imóvel teria sido posteriormente incorporado ao jardim da residência de Wilians.
Convocado a depor em 18 de setembro, o advogado compareceu à comissão, mas se recusou a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade, amparado por decisão do STF. Ele alegou que a medida buscava evitar contradições em suas declarações.

