Relatório do UNODC destaca crescimento global do mercado da cocaína e expansão do tráfico para Ásia, África e Europa Ocidental
A produção, apreensão e consumo de cocaína atingiram seus maiores níveis históricos em 2023, impulsionados por um crime organizado fortalecido em meio a crises globais, revela o relatório anual do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), divulgado nesta quinta-feira (26/6).

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Segundo o documento, o mercado mundial da cocaína é o que mais cresce entre as drogas ilícitas, com a expansão do tráfico para regiões além da América Latina, como a Ásia, África e Europa Ocidental. A produção da droga teve um aumento significativo, de quase 34% em apenas um ano, principalmente devido à ampliação das plantações ilegais de coca na Colômbia.
O relatório também indica um salto nas apreensões — que cresceram 68% entre 2019 e 2023 — e no número de consumidores, que passou de 17 para 25 milhões na última década. Apesar disso, a cannabis ainda domina em termos de lucro, representando 39% da renda global do narcotráfico, seguida pela cocaína, com 37%.
Além do crescimento do mercado, a violência associada ao tráfico, anteriormente concentrada na América Latina, tem se espalhado para a Europa Ocidental. A UNODC alerta que o crime organizado está ampliando sua atuação em novos mercados, gerando um volume anual de dinheiro estimado em centenas de bilhões de dólares.
O relatório também destaca o aumento das apreensões de outras drogas sintéticas, como anfetaminas e opioides, incluindo o fentanil, em níveis recordes.