Azul Mediterrâneo, de 10 quilates, foi exibido em Abu Dhabi com outros sete dos diamantes mais caros do mundo
Um raro diamante azul, considerado um dos mais importantes do mundo, será leiloado em maio por US$ 20 milhões (cerca de R$ 118 milhões). Ele foi exibido em um evento inaugurado na terça-feira (8) em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

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A exposição, organizada pela casa de leilões Sotheby’s, reúne oito dos diamantes mais caros do mundo. Juntos, eles pesam mais de 700 quilates e valem cerca de US$ 100 milhões (R$ 589 milhões).
O Azul Mediterrâneo, como é chamado o raro diamante azul, é a peça mais valiosa da exposição. Ele foi encontrado na África do Sul como uma pedra bruta de quase 32 quilates. Mais tarde, foi moldado no atual formato de almofada, com 10 quilates, segundo a Sotheby’s.
“Diamantes inspiram amor e curiosidade pelas dádivas do mundo natural. Como um tesouro descoberto no mar, o Azul Mediterrâneo captura e preserva a cor da água mais bela e cristalina na forma de um diamante”, diz o site da casa de leilões.
Quig Bruning, chefe de joias da empresa na América do Norte, Europa e Oriente Médio, disse à agência de notícias AP que Abu Dhabi foi escolhida para a exposição por causa do grande interesse do país em diamantes.
“Estamos muito otimistas em relação à região”, disse. “Acreditamos firmemente que este é o tipo de lugar onde encontramos comerciantes e colecionadores de diamantes desta importância e raridade”.
Por que tão especial?
Apenas 0,3% dos diamantes do mundo têm uma cor azul marcante. Dentro desse grupo, só uma pequena parte é considerada Fancy Vivid Blue, a classificação mais alta para diamantes azuis.
Um estudo do Instituto Gemológico da América (GIA), que analisou mais de 460 diamantes azuis, mostrou que apenas 1% deles alcança essa classificação. O Azul Mediterrâneo é um dos raríssimos exemplares.
Mas o que faz os diamantes serem azuis? A resposta está no boro, um elemento químico que faz parte da composição dessas peças. O boro dá a cor e, inclusive, faz do Azul Mediterrâneo um diamante tipo IIb, que até conduz eletricidade – algo bem incomum para diamantes.

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Os diamantes azuis se formam em camadas muito profundas da Terra, bem mais fundo do que outros diamantes. Estudos do GIA mostram que eles estão ligados às águas dos oceanos.
Há bilhões de anos, o boro, que existe nas rochas próximas à superfície, foi levado para o fundo da Terra por um processo chamado subducção (que funciona como uma esteira transportando materiais). Lá, ele ajudou a criar esses diamantes tão especiais.
A África do Sul é famosa por diamantes desde o século 19. Minas como Jagersfontein e Koffiefontein, perto da cidade de Kimberley, são conhecidas por produzir diamantes azuis. Outras regiões, como o Congo, Angola, Guiné e até Bornéu, também já encontraram essas pedras, mas em menor quantidade.