De acordo com o Ministério da Saúde, obesidade, o sedentarismo, o uso de drogas, de anabolizantes, o tabagismo estão entre os principais fatores de risco
Sendo considerada a principal causa de morte no Brasil, o infarto, historicamente, era uma doença restrita a pessoas mais velhas. Porém, nos últimos anos, casos entre mais os jovens têm aumentado consideravelmente, o que preocupa a comunidade médica.

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Um dos motivos que pode estar associado a esse aumento do número de casos é a mudança nos hábitos. Os jovens estão adotando um estilo de vida que faz o corpo envelhecer mais rapidamente. A obesidade, o sedentarismo, o uso de drogas, de anabolizantes, o tabagismo estão entre os principais fatores de risco.
De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, o número de internações de pessoas com menos de 40 anos passou de menos de dois casos a cada 100 mil habitantes, no ano 2000, para quase 5, em 2024. Um aumento de 180%. Isso sem contar os atendimentos na rede privada.
Infarto em jovens é pior?
O infarto se dá pela interrupção da circulação de sangue nos vasos de uma ou mais partes do coração. O problema, que ocorre principalmente devido ao acúmulo de placas de gordura nas artérias responsáveis por irrigar o órgão, pode provocar danos ao músculo cardíaco ou levar à morte.
O que diferencia o infarto em pessoas jovens é justamente o fato de que o problema costuma ser fulminante, ou seja, mata nas primeiras horas, sem muita possibilidade de salvamento ou tratamento complementar.
Conforme acontece o envelhecimento, os vasos sanguíneos podem ir sendo obstruídos aos poucos por placas de gordura. Para compensar isso e garantir que o sangue sempre chegue ao coração, o corpo desenvolve uma nova rede de vasos —o que é chamado de circulação colateral. Em um eventual entupimento arterial, esses “novos caminhos” criados para o sangue ajudariam a sobreviver a um infarto.
Porém, mais importante do que a idade, o que tende a determinar a gravidade de um infarto ou se ele será fatal é a agilidade nos primeiros socorros e o tempo para o restabelecimento do fluxo de sangue ao coração —a primeira hora é vital para minimizar sequelas.
Aumentos de casos de infarto
Somente em mulheres de 15 a 49 anos, houve aumento de 62% no número de mortes por infarto no país entre 1990 e 2019 (alta de 176%), segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Fatores como estilo de vida sedentário, má alimentação, tabagismo e estresse provocam doenças como hipertensão arterial, diabete e colesterol elevado — que contribuem para a ocorrência do infarto.

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As doenças cardiovasculares são as mais prevalentes na população mundial e a principal causa de morte no país.
Estima-se que uma pessoa morra no Brasil por essa causa a cada 90 segundos. O cálculo dá 400 mil pessoas por ano.