Reunião no Mapa debateu programas para incremento da produção indígena
Após participar do encontro do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o cacique Raoni Mepuktire e lideranças do Xingu, na Aldeia Piarauçu, em Mato Grosso, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu a presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Eliane Xunakalo e representantes de diversas terras indígenas para tratar das demandas de aprimoramento da agricultura indígena.

Foto: Divulgação
Como forma de dar mais agilidade, após um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Fávaro autorizou, durante a reunião na segunda-feira (7), a criação da Câmara Setorial de Agropecuária Indígena.
As Câmaras Setoriais e Temáticas do Mapa são importantes fóruns de discussão entre os diversos elos das cadeias produtivas, reunindo entidades representativas de produtores, empresários, instituições bancárias e de outros parceiros no setor, além de representantes de órgãos públicos e de técnicos governamentais para discutir questões de interesse da cadeia produtiva, tais como manejo, processo produtivo, comercialização, entre outros.
“É o jeito mais rápido de atender”, ressaltou o ministro. Isso porque, com a representação direta de agricultores indígenas em debates regulares envolvendo todo o setor, as demandas da agricultura indígena chegam diretamente para atender aquilo que realmente é necessário para o desenvolvimento da produção.
A Fepoimt representa cerca de 60 mil indígenas de 46 povos que vivem em Mato Grosso. Participaram da reunião 20 representantes de diferentes regiões e segmentos.
No encontro, foram discutidas medidas para auxiliar a produção agrícola dos povos indígenas e o incremento de programas do Mapa.
Segurança Alimentar
O Mapa realiza o Programa de Segurança Alimentar para Etnias Indígenas que, em Mato Grosso, é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT) para os Xavantes, que representam aproximadamente metade dos indígenas que vivem no estado, com investimento de R$ 12 milhões; e com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) para os Tapirapé, no qual são aplicados R$ 2 milhões.
Além de promover a geração de renda com capacitação de agricultores indígenas, desenvolvimento de áreas produtivas, agregação de valor à cadeia produtiva e manutenção de banco de germoplasma de alimentos tradicionais, o programa prevê a aquisição de tratores e maquinário para que as ações sejam efetivadas.
Ainda, o Mapa vai investir mais R$ 1,5 milhão para o incremento da produção e ampliação da comercialização de alimentos indígenas, a exemplo do mel produzido pelos índios do Xingu, comercializado em todo o país em uma rede de supermercados nacional, que foi o primeiro produto indígena do Brasil a receber o Selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Outros alimentos reconhecidos que são produzidos pelos indígenas de Mato Grosso são o óleo de pequi e a pimenta em pó. O Mapa vem trabalhando em ações para a ampliação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) e irá atuar junto aos povos indígenas para agregação de valor também por meio do Selo Arte.