Ex-presidente defendeu a permanência do filho nos EUA e insinuou que, caso estivesse no Brasil, Eduardo poderia ser preso
Durante discurso nesta sexta-feira (30), no 2º Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal, em Fortaleza (CE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou contar com o apoio de um “país lá do norte”, em referência indireta aos Estados Unidos, para tentar reverter sua atual situação política e jurídica no Brasil.

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A declaração ocorre em um momento de tensão diplomática, após o senador norte-americano Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, confirmar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pode ser alvo de sanções com base na Lei Global Magnitsky, que pune indivíduos por violações de direitos humanos.
Em seu discurso, Bolsonaro comemorou a possibilidade de Donald Trump retornar à Presidência dos EUA nas eleições de novembro e traçou um paralelo entre a situação enfrentada por ele em 2022, quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a de Trump em 2020.
“Ele sofreu quando perdeu as eleições, e aqui, de forma semelhante, outra pessoa assumiu a Presidência”, disse Bolsonaro.
A fala ocorre também em meio à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado da Câmara desde março e permanece nos Estados Unidos alegando buscar apoio internacional para denunciar supostas violações de liberdades no Brasil.
Segundo aliados, a movimentação de Marco Rubio é vista como resultado direto da articulação internacional liderada por Eduardo.
Durante o evento em Fortaleza, Bolsonaro defendeu a permanência do filho nos EUA e insinuou que, caso estivesse em solo brasileiro, Eduardo poderia ser preso.
“Se estivesse aqui, não seria um passaporte. Com toda a certeza, seria uma prisão”, afirmou, sugerindo que as ações do Judiciário brasileiro contra figuras ligadas à direita têm viés político.