Suspeito de desovar o corpo da babá foi preso, mas negou as acusações na porta da delegacia
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deu mais detalhes, nessa quinta-feira (26), sobre as investigações em relação à morte da babá Geovana Costa Martins, 20. A polícia descobriu que a vítima estava sendo treinada para uma viagem internacional onde levaria drogas em seu organismo. Antônio Chelton de Oliveira Lopes, 25, foi mais uma pessoa presa suspeito de ajudar no assassinato e na ocultação do corpo da jovem.
De acordo com a delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Chelton não tinha nenhum envolvimento amoroso com a vítima, mas as investigações mostraram que ele participa da morte. Camila Barroso da Silva, patroa da vítima e suspeita de explorar sexualmente da babá, já está presa.
Com os avanços das investigações, a delegada informou que “no dia 18 de agosto, um dia antes de sua morte, Geovana estava na casa de uma amiga e Camila ficava ligando para a vítima exigindo que ela voltasse para a casa”.
“Como falei na primeira coletiva, a Camila não deixava que a Geovana tivesse vida própria. Ela queria manter ela ‘presa’. Presa no sentindo figurado. Presa por promessas, por dívidas que Camilia dizia que Geovana tinha com ela. A Geovana já estava pensando em sair da casa, estava na casa de uma amiga no dia 18 quando foi arrastada de dentro dessa casa pela Camila. Tinha um homem no carro que nós ainda não identificamos se é Eduardo ou Chelton”, disse a delegada.
Ainda segundo a polícia, Geovana foi arrastada violentamente para dentro do carro. As fotos que circularam nas redes sociais mostrando a babá com hematomas de espancamento foram registradas no dia 18 de agosto, segundo as investigações.
“Provavelmente ela recebeu aquele espancamento, aquela sensação de tortura como castigo por não querer volta para casa. Já no dia 19 de agosto ela é morta. A camila tira a Geovana arrastada dessa casa no dia 18, no dia 19 a babá é morta e a Camila manda mensagem para essa amiga perguntando da vítima para tentar forjar um álibi”, explicou a adjunta da DEHS.
A polícia chegou até testemunhas que falaram da participação do Chelton que durante interrogatório afirmou que o carro usado para desovar o corpo da vítima estava com Eduardo Gomes da Silva.
Na saída da delegacia para ir ao Instituto Médico Legal (IML), Antônio Chelton declarou não ter qualquer envolvimento com o crime e afirmou não conhecer Camila Barroso. Ele diz que alugava o carro de Eduardo e, no dia que foi pego, estava no veículo.
“Cada vez fica mais claro que a vítima tentava sair dessas ideias de que ela devia algo para Camila e não podia se desligar dela, ela tinha medo. Outras pessoas ouvidas aqui falam sobre agressões sofridas pela Geovana praticadas pela Camila, ela estava sendo treinada para uma viagem internacional para levar drogas dentro do próprio corpo”, disse a delegada Marília.
A DEHS ainda procura Eduardo Gomes da Silva, filho da proprietária da casa onde Camila Barroso morava de aluguel.
Terceiro suspeito no crime
Ainda segundo a delegada, existe um terceiro novo suspeito está envolvido diretamente na ocultação do corpo de Geovana: “Tem também uma terceira pessoa envolvida diretamente nessa ocultação de cadáver. Mas, no momento, vamos deixar de stand-by, para poder as investigações avançarem um pouco mais”, disse.
Relembre o crime
Segundo as investigações, a vítima foi contratada para trabalhar como babá e depois começou a ser aliciada e explorada sexualmente pela patroa.
De acordo com informações do delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Geovana foi dada como desaparecida no dia 19 de agosto, o corpo dela foi encontrado dia 20 e a família fez o reconhecimento no dia 26. A motivação do crime segue sendo investigada.
A adjunta da DEHS, Marília Campello, explicou que a casa onde Camila morava era alugada e funcionava como uma casa de massagens onde era realizado a exploração sexual de mulheres. A prisão imediata da suspeita foi pedida porque ela estava com uma viagem marcada para a Europa.
A polícia explica que no início, Geovana foi contratada por Camila para trabalhar como babá. Em seguida, a patroa da jovem começou a aliciar a vítima oferecendo luxo e privilégios. A partir disso, começou a obrigar que Geovana não saísse mais da casa e fizesse programas sexuais.
A patroa também passou a proibir que a vítima tivesse contato com outras pessoas. “Quando Geovana tentava sair da casa, Camila fazia ameaças dizendo que a vítima tinha dívidas com ela”, disse a delegada.
Segundo a adjunta da DEHS, as fotos que circularam nas redes sociais onde Geovana aparece espancada em cima de uma cama foram tiradas dentro da casa onde ela morava com Camila. No dia 19, antes mesmo da babá ser dada como desaparecida, a suspeita enviou uma mensagem para a proprietária do local informando que iria se mudar.
A polícia contou também que Camila acompanhou a mãe de Geovana na delegacia para registrar um boletim de ocorrência (BO) sobre o desaparecimento. Além de ter ido ao velório da jovem e ter sido vista chorando bastante alegando que era “uma segunda mãe” da vítima.
Fonte: D24AM