A rotina desses profissionais estende-se por obrigações que invadem o tempo de descanso e a vida pessoal
A jornada de trabalho dos educadores brasileiros e globais tornou-se um debate central sobre saúde pública e qualidade do ensino. Longe de se limitar ao período em sala de aula, a rotina desses profissionais estende-se por obrigações que invadem o tempo de descanso e a vida pessoal.

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O planejamento de aulas, a correção de avaliações, reuniões pedagógicas e a comunicação constante com pais e responsáveis compõem uma “jornada invisível” que frequentemente interrompe o sono dos docentes.
Dados de um relatório da RAND Corporation (2023) revelam a disparidade entre o magistério e outras carreiras, onde 9 em cada 10 professores trabalham mais de 40 horas por semana. Sendo que 32% dos educadores cumprem uma jornada entre 51 e 60 horas semanais.
Apenas 5% dos adultos em outras profissões possuem uma carga horária tão extensa e 46% dos professores relatam estar exaustos demais para atividades pessoais após o expediente, contra apenas 13% em outras ocupações.
Além da carga horária, a qualidade do tempo de trabalho é afetada por tensões crescentes. Segundo o Centro de Pesquisa EdWeek, o comportamento e a disciplina dos estudantes são as maiores fontes de preocupação atual. Entre os desafios destacados, aparecem problemas técnicos com dispositivos (como Chromebooks) e a tendência comportamental conhecida como ‘seis-sete’ prejudicam o fluxo das aulas. A ausência de apoio por parte de administradores escolares e o impacto de decisões políticas no ambiente pedagógico agravam o desgaste mental.
Em uma enquete informal com 1.168 participantes, 55% dos docentes afirmaram perder o sono frequentemente devido a desafios laborais.
O cenário aponta para uma necessidade urgente de revisão das políticas de suporte ao educador, visando garantir que o ofício de ensinar não comprometa a saúde integral daqueles que estão na linha de frente da educação

