Presidente dos EUA prometeu divulgar dados sobre a relação comercial com o Brasil
Estados Unidos- Em meio a uma nova rodada de tarifas comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou suas críticas nesta quarta-feira (9) ao Brasil, afirmando que o país “não tem sido bom” para os americanos e prometendo anunciar em breve novas tarifas de importação específicas para produtos brasileiros.

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As declarações foram dadas durante uma entrevista na Casa Branca, quando Trump foi questionado sobre os impactos da nova série de tarifas comerciais anunciadas nesta semana.
“A fórmula [usada para definir tarifas para outros países] foi baseada no bom senso, em déficits, em como fomos tratados ao longo dos anos e em números brutos. E teremos mais alguns saindo hoje. O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós. Nada bom. Vamos divulgar um número do Brasil, eu acho, mais tarde esta tarde ou amanhã de manhã. Mas eles são baseados em fatos muito substanciais e também no passado”, disse.
Trump reforçou o tom de cobrança ao afirmar que, historicamente, os EUA foram tratados de forma injusta por aliados e rivais comerciais.
“Nós recebemos centenas de bilhões de dólares em tarifas. Centenas de bilhões e ainda nem começamos. E vai ser uma grande coisa para o nosso país. Eu acho que vai ser uma coisa justa para o mundo”, declarou.
Nova leva de países tarifados
A ameaça de tarifas para o Brasil ocorre na esteira de um pacote que atingiu uma série de outros países nos últimos dias. Só nesta semana, Trump anunciou a aplicação de tarifas de importação que variam de 25% a 40% sobre produtos de ao menos 14 países.
De acordo com comunicados oficiais, produtos da Tailândia e do Camboja passarão a ser taxados em 36%, os da Sérvia e de Bangladesh em 35%, os da Indonésia em 32%, os da Bósnia em 30% e os da Tunísia em 25%. Além disso, o governo americano incluiu Laos, Mianmar, Malásia, Cazaquistão e África do Sul em uma nova rodada de tarifas, que entrarão em vigor a partir de 1º de agosto.
Para Laos e Mianmar, o percentual definido é de 40%. Para Malásia e Cazaquistão, de 25%. E para a África do Sul, de 30%.
Países como Japão e Coreia do Sul também foram alvo de medidas semelhantes, com tarifas de 25% sobre determinados produtos.
O argumento central do governo Trump tem sido o de corrigir relações comerciais consideradas “desiguais” e combater supostos acessos “desproporcionais” de parceiros ao mercado americano.
As cartas enviadas às nações atingidas alertam ainda para restrições adicionais a bens que possam ser reexportados por terceiros como forma de burlar as tarifas, numa tentativa de conter desvios via países como China.