Em meio a sanções internacionais, Moscou amplia cooperação armamentista para fortalecer defesa venezuelana.
Mesmo sob severas sanções econômicas que pesam sobre Moscou e Caracas, a Rússia avança em sua parceria estratégica com a Venezuela, planejando apoiar a fabricação local dos fuzis de assalto Kalashnikov no país sul-americano.

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A iniciativa acompanha a recente inauguração de uma fábrica de munições, construída pela estatal russa Rostec, com capacidade estimada para produzir até 70 milhões de cartuchos calibre 7,62 mm anualmente.
O fortalecimento dessa cooperação ocorre em um contexto de relações diplomáticas estreitas entre Vladimir Putin e Nicolás Maduro, que recentemente assinaram um novo acordo de cooperação abrangendo comércio, ciência, tecnologia e política. Embora os detalhes do pacto não tenham sido divulgados, Moscou reafirma o compromisso de ampliar seu suporte militar e tecnológico a Caracas.
Históricas e persistentes, as relações entre Rússia e Venezuela remontam à década de 1990, intensificando-se a partir da Revolução Bolivariana e da aproximação entre Putin e Hugo Chávez. Desde então, a Rússia se tornou o principal fornecedor de armamentos venezuelanos, incluindo sistemas de defesa aérea, aeronaves e veículos militares.
No cenário atual, marcado por pressões internacionais — a Rússia pela guerra na Ucrânia e a Venezuela por acusações de violações democráticas — a aliança militar entre os dois países se fortalece como uma resposta estratégica para manter a autonomia e capacidade de defesa da Venezuela, segundo comunicado da Rosoboronexport, braço exportador da indústria bélica russa.
Este movimento reforça a visão de Moscou sobre a Venezuela como um parceiro-chave na América Latina, em meio a um ambiente global conturbado e marcado por sanções que somam mais de 19 mil medidas restritivas contra ambos os governos.