Jumento brasileiro pode desaparecer do país até 2030, alertam especialistas

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Exportação de colágeno encontrado abaixo da pele do animal, especialmente para a China, intensificou abates

O jumento, animal historicamente ligado à cultura e à economia do Nordeste brasileiro, está sob grave ameaça de extinção. Segundo especialistas, o país perdeu 94% de sua população de jumentos nas últimas duas décadas. Se nada for feito, a espécie pode desaparecer completamente até 2030.

Foto: Divulgação

O principal fator por trás dessa redução drástica é o aumento do abate em massa para exportação de peles, motivado especialmente pela demanda da indústria chinesa. As peles dos jumentos são utilizadas na fabricação de medicamentos e cosméticos populares no mercado asiático, como o ejiao — um produto tradicional feito com colágeno extraído da pele do animal.

A situação alarmante tem mobilizado ambientalistas, veterinários e defensores dos direitos dos animais, que exigem ações urgentes do poder público para frear o comércio predatório e criar políticas de proteção à espécie.

Antigamente amplamente utilizados em atividades rurais, transporte de carga e na lida do campo, os jumentos hoje enfrentam o abandono, a captura e o abate indiscriminado, muitas vezes em condições cruéis e sem fiscalização adequada.

ONGs e pesquisadores pedem a suspensão das exportações e a criação de programas de reprodução assistida, educação e valorização cultural do jumento, considerado um verdadeiro patrimônio do sertão brasileiro.

Se o ritmo atual de abates continuar, o desaparecimento do jumento deixará não apenas uma lacuna ecológica, mas também cultural — apagando um símbolo vivo da história nordestina e brasileira.

Além de afetar o equilíbrio ecológico, a extinção ameaçaria o transporte agrícola no Nordeste. Iniciativas estão em andamento, com duas propostas legislativas criadas em 2022 e workshops internacionais, para discutir a proteção e reintrodução dos jumentos na sociedade.

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