A presença de agentes mulheres na linha de frente da retirada de invasores fortalece o trabalho e contribui com redução de desigualdades
Um grupo de agentes das forças de segurança do Governo Federal avança por uma trilha de difícil acesso dentro da Amazônia, ao norte do país. O silêncio da floresta é interrompido pelo estalo de galhos sob as botas das agentes da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Foto: Divulgação
A localidade da operação é na Terra Indígena Yanomami, que abrange 9.665 mil hectares da floresta. Entre elas está a 3ª sargento Gesitania Nascimento, da Polícia Militar do Estado do Acre. Ela olha para o alto, onde um helicóptero sobrevoa uma clareira de garimpo. A cena é um contraste entre o verde da floresta e as crateras de lama deixadas pelos invasores.
Gesitania fez o concurso para a Polícia Militar do Estado do Acre em 2012. Foram meses de preparação para disputar uma das oito vagas destinadas a mulheres. Quando finalmente iniciou o curso de formação, passou sete meses e meio em treinamento. No meio do processo, ouviu pela primeira vez a Canção do Expedicionário, hino da Força Nacional. Naquele momento, tomou uma decisão: “Eu disse: um dia eu vou estar lá também. Eu vou trabalhar na Força Nacional”.

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Essa oportunidade veio apenas em 2024, quando Gesitania fez a Instrução de Nivelamento de Conhecimento (INC) e foi convocada para atuar na desintrusão da Terra Indígena Yanomami (TIY). Hoje, ela faz parte da operação do Governo Federal coordenada pela Casa de Governo.
A ação reúne FNSP, Polícia Federal (PF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Funai, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e outros órgãos na missão de remover garimpeiros ilegais da maior reserva indígena do Brasil.